Bacia Hidrográfica do Minho

O rio Minho é um rio internacional partilhado por Portugal e Espanha. Nasce em Espanha, na serra de Meira a uma altitude de 750 m e desagua em Portugal, no oceano Atlântico, frente a Caminha e La Guardia, após um percurso de 300 km, dos quais 230 situam-se em Espanha, servindo os restantes 70 km de fronteira entre os dois países.

Os limites da bacia são: a sul a bacia do rio Lima e as ribeiras da costa atlântica, a sudeste a bacia do Douro e a norte as bacias hidrográficas da costa norte de Espanha.

A parte portuguesa da bacia hidrográfica do rio Minho localiza-se no extremo noroeste de Portugal, entre as coordenadas 41º45’ e 43º40’ de latitude N e 6º10’ e 8º55’ de longitude W. A bacia total cobre uma área total de 17080 km², dos quais 1934 km² correspondem à sub-bacia internacional. Da totalidade da área da bacia, 16250 km² (95%) situam-se em Espanha e 799 km² (5%) em Portugal.

No nosso país, esta é a segunda mais pequena bacia internacional, logo depois da bacia do Lima.

A rede hidrográfica caracteriza-se pela existência de duas linhas de água principais, o rio Minho propriamente dito e o rio Sil, sendo este o maior afluente do rio Minho. O rio Sil nasce na serra de Jistreda, que faz parte da Cordilheira Cantábrica, a cerca de 1500 m de altitude. Corre ao longo de 226 km, até confluir com o rio Minho cerca de 70 km a montante do início do troço internacional. Cobre uma área de sub-bacia de 8 000 km², ou seja, cerca de 50% da área total da bacia. Os principais afluentes do rio Minho em Espanha são, para além do rio Sil: os rios Tea (411 km²), Avia (670 km²), Ferreira (266 km²), Ladra (886 km²) e Támoga (233 km²), na margem direita, e os rios Arnoya (725 km²) e Neira (832 km²), na margem esquerda. Os principais afluentes da bacia portuguesa são, de montante para jusante: Trancoso (26 km²), Mouro (141 km²), Gadanha (82 km²) e Coura (268 km²). O troço internacional do rio Minho faz de fronteira desde as confluências dos rios Trancoso e Barjas, até à foz no Oceano Atlântico.

Em termos de recursos hídricos potenciais a bacia portuguesa do rio Minho apresenta uma produtividade hídrica superior à da bacia espanhola. O escoamento médio anual em Portugal é de 940 mm, enquanto que em Espanha não chega aos 740 mm. Esta diferença é traduzida pela influência da orografia e das massas de ar oceânicas no ciclo hidrológico.

Em relação aos caudais sólidos e à sua contribuição para o assoreamento do estuário do rio, a influência das infraestruturas hidráulicas construídas em Espanha traduz-se por uma diminuição do caudal sólido transportado pelo rio Minho, e, consequentemente, num agravamento do desiquilíbrio sedimentológico do estuário.

A precipitação anual na área do Plano de Bacia varia entre os 1195 mm e os 3004 mm apresentando um valor médio de 1945,5 mm. Em ano médio, a precipitação mensal ponderada varia entre os 32,3 mm em Julho e os 266,5 mm em Dezembro. Os valores mínimos desta variável registam-se ao longo do vale do rio Minho e os valores máximos ocorrem nas regiões da Serra de Arga e na região da Serra da Peneda.

Em termos de evapotranspiração potencial, obtiveram-se na área do Plano de Bacia valores médios anuais de 1100,6 mm e valores médios mensais variáveis entre os 29,2 mm, em Dezembro, e os 174,1 mm em Julho. Os valores médios de evaporação anual medida nos postos da rede climatológica variam entre os 1040 mm e os 1164 mm.

A população residente na área territorial do Plano de Bacia Hidrográfica do rio Minho é actualmente de 75000 habitantes.

O eixo de desenvolvimento da bacia do Minho é definido pelo vale do rio principal, localizando-se aí os principais focos de actividade humana, de que Caminha, Vila Nova de Cerveira, Valença, Monção e Melgaço são os melhores exemplos.